O aprofundamento da crise financeira internacional atingiu as economias emergentes mediante vários canais de transmissão, que envolveram seja a conta corrente (queda dos preços das commodities e da demanda mundial e aumento das remessas de lucros pelas empresas e bancos), seja a conta financeira (menor ingresso de investimento direto, saída dos investimentos de portfólio, interrupção das linhas de crédito comercial e forte contração dos empréstimos bancários). O impacto desses canais, todavia, tem sido heterogêneo entre as economias emergentes devido aos diferentes graus de abertura financeira e comercial, à estrutura da pauta de comércio exterior, bem como às respostas de política econômica.
A interação entre a natureza da inserção comercial e financeira no período precedente, a situação macroeconômica e a gestão da política econômica frente ao efeito-contágio da crise condicionaram o seu impacto sobre o nível de atividade dos países emergentes. Os dados disponíveis mostram que todas as economias da amostra registraram desaceleração na passagem do terceiro para o quarto trimestre de 2008 (com algumas já apresentando variação negativa do PIB). No primeiro trimestre de 2009, com exceção da Índia, nas demais economias o desempenho do PIB foi ainda pior e um maior número de países apresentou contração da atividade econômica.
quarta-feira, 29 de julho de 2009
DESDOBRAMENTOS DA CRISE GLOBAL: O DESEMPENHO DAS ECONOMIAS EMERGENTES
terça-feira, 21 de julho de 2009
Preferencialmente para gestores de Saúde e de políticas intersetoriais, pesquisadores e alunos de pós-graduação das mesmas áreas.
quarta-feira, 15 de julho de 2009
AVALIAÇÃO DO IMPACTO DAS AÇÕES E PROGRAMAS FEDERAIS
Esta Nota Técnica avalia a política fiscal do governo Lula. Percebe-se que as diretrizes desta política são de duas ordens: (i) expansão dos gastos correntes e a (ii) de contratação de um conjunto de obrigações (programas de governo), fatos que deverão impactar o gasto público num horizonte muito amplo de tempo. O trabalho procura medir a magnitude desta trajetória fiscal nos próximos anos através de um levantamento dos principais compromissos assumidos, especialmente de custeio, nos programas governamentais de maior destaque. Estima-se também o resultado primário do governo federal em 2010, dados os efeitos da forte expansão da despesa de pessoal e de custeio, frente à estabilidade das receitas.
terça-feira, 14 de julho de 2009
A POLÍTICA MONETÁRIA NO BRASIL EM 2008
A POLÍTICA MONETÁRIA NO BRASIL EM 2008
Em 2008, o Banco Central do Brasil conduziu a política monetária para manter a inflação no centro da meta (IPCA igual a 4,5%), a partir do diagnóstico de que havia “risco relevante para o panorama inflacionário”, em razão do descompasso persistente entre o ritmo da expansão da demanda e o da oferta doméstica. Em resposta à forte elevação do preço dos alimentos ao longo do primeiro semestre deste ano, puxada pela alta acelerada dos preços das commodities agrícolas no mercado internacional, que levou o IPCA acumulado em doze meses a se distanciar cada vez mais do centro da meta, a autoridade monetária iniciou, no mês de abril, uma nova fase de alta da Selic que só seria interrompida em outubro, quando a economia brasileira já havia sido fortemente atingida pelos impactos do aprofundamento da crise global. O último aumento da meta da taxa básica de juros ocorreu no dia 10 de setembro, em meio à intensificação das turbulências nos mercados financeiros internacionais e ao movimento de intensa deflação nos preços internacionais das commodities agrícolas e do petróleo. Nas duas últimas reuniões do ano, realizadas nos meses de outubro e dezembro, o Copom manteve a meta da Selic no elevado patamar de 13,75%, em flagrante contraste com a redução expressiva das taxas de juros oficiais praticadas pelos bancos centrais de economias centrais e periféricas. Fortemente afetada pela crise global sistêmica, tanto pela via do comércio como pela via dos fluxos de capitais, a economia brasileira sofreu as consequências da abrupta retração do crédito e desacelerou fortemente no último trimestre do ano. Tudo indica que o BCB errou duas vezes: uma em insistir no diagnóstico de que a economia brasileira estava crescendo acima do seu potencial e a outra por não vislumbrar a gravidade da desaceleração em curso nas economias avançadas associada ao movimento de desalavancagem do sistema financeiro e de deflação dos ativos.