quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Boletim de Economia nº 25

O Boletim de Economia é uma publicação mensal do Grupo de Economia da Fundap, composto, nesta edição, por duas seções (Conjuntura Econômica em Foco e Anexo Estatístico). A seção de conjuntura trata da deterioração recente das transações correntes e da balança comercial. Destaca-se que, apesar de o contexto financeiro internacional estar instável (sobretudo a partir do final de maio, em função das expectativas de início do tapering, ou seja, da desaceleração da política de afrouxamento quantitativo do Federal Reserve), o resultado da conta financeira avançou 10% no acumulado até agosto de 2013, em relação ao verificado no mesmo período de 2012. Esse resultado foi, todavia, insuficiente para neutralizar a expressiva elevação do saldo negativo da conta corrente. Verifica-se que a evolução das transações correntes nos próximos anos dependerá, sobretudo, do desempenho da balança comercial. Essa afirmação pauta-se na natureza estrutural do déficit da conta de Rendas (devido ao elevado passivo externo do país) do balanço de pagamentos e na baixa elasticidade dos gastos em serviços a variações da renda interna e da taxa de câmbio. Nesse contexto, as perspectivas não são muito animadoras: o perfil atual da pauta exportadora, concentrada em commodities, e a dependência de bens importados em vários setores da indústria reduzem o impacto das variações, seja nas rendas externa e interna, seja na taxa de câmbio real efetiva, sobre o resultado dessa balança.




quinta-feira, 2 de maio de 2013

Boletim de Economia nº 24

O Boletim de Economia é uma publicação mensal do Grupo de Economia da Fundap, composto, nesta edição, por duas seções (Conjuntura Econômica em foco e Anexo Estatístico). A seção de conjuntura analisa a desaceleração do crédito habitacional nos últimos dois anos, mostrando que, desde 2011, os saldos de financiamento imobiliário apresentam movimento de desaceleração, que foi intensificado a partir de 2012. A abertura desses saldos mostrou que as modalidades de financiamento a taxas de mercado e de financiamento à pessoa jurídica foram aquelas que tiveram comportamento mais afetado, evidenciando seu caráter mais vulnerável às mudanças conjunturais do que a parcela do financiamento imobiliário direcionado a taxas reguladas. Fatores como a forte elevação dos preços de imóveis nas principais áreas urbanas do país, superior ao crescimento da renda das famílias, o crescente endividamento e o comprometimento da renda familiar com o serviço de suas dívidas totais ajudam a explicar o desaquecimento da demanda por imóveis e da expansão dos saldos de financiamento imobiliário entre 2011 e 2013. Esses fatores associaram-se a outros do lado da oferta, como a redução das margens de lucro das empresas e a formação de estoques, levando, então, a um menor número de lançamentos de projetos habitacionais.




quinta-feira, 28 de março de 2013

Boletim de Economia nº 23

O Boletim de Economia é uma publicação mensal do Grupo de Economia da Fundap, composto, nesta edição, por duas seções (Conjuntura Econômica em foco e Anexo Estatístico).
A seção de conjuntura faz uma avaliação do mercado de trabalho brasileiro em 2012. A análise concluiu que houve certo grau de dinamismo no mercado de trabalho ao longo do ano passado. A massa de rendimento nas principais regiões metropolitanas do país manteve-se estável nos primeiros seis meses, apesar da expressiva desaceleração da criação de ocupações. O crescimento do rendimento médio real exerceu papel fundamental nessa tendência. No segundo semestre, esse indicador exibiu alta em função da tímida recuperação da geração de emprego e a continuidade da expansão do rendimento médio real.
A taxa de desocupação continuou, em 2012, o movimento descendente devido, em parte, ao menor crescimento da PEA em relação ao desempenho da ocupação, especialmente na faixa dos jovens. Percebe-se queda nas taxas de atividade (PEA/PIA) nas menores faixas etárias, reflexo da opção dos jovens por maior nível de educação, tornada possível graças ao aumento da renda familiar verificada nos últimos anos.




segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Boletim de Economia nº 22

O Boletim de Economia é uma publicação mensal do Grupo de Economia da Fundap, composto, nesta edição, por duas seções (Conjuntura Econômica em Foco e Anexo Estatístico).
A seção de conjuntura, deste número, traz uma análise detalhada sobre os fluxos de capitais estrangeiros para a economia brasileira, em 2012. A primeira conclusão é que houve uma importante alteração na composição do ingresso líquido de capitais estrangeiros: a participação dos fluxos financeiros no total recuou de um patamar de 69% em 2009 e 2010 para 49,5% em 2011 e 37,4% em 2012. Em contrapartida, a fatia dos fluxos de IDE (Investimento Direto Externo) traçou uma trajetória oposta, avançando do patamar de 30% em 2009 e 2010 para 50,5% em 2011 e 62,6% em 2012.
A análise da evolução mensal dos fluxos líquidos de capitais externos ao longo de 2012 sugere que os fatores externos (volatilidade financeira internacional e desaceleração “double-speed” na zona do euro) contribuíram para uma mudança na sua composição, a favor dos fluxos de IDE vis-à-vis os fluxos financeiros. Além disso, os controles de capitais e a gestão macroeconômica no Brasil moldaram a composição desses fluxos, induzindo o alongamento do prazo da dívida externa (securitizada e bancária), mas também afetaram a dimensão dos capitais externos de natureza financeira, ao desestimular as operações especulativas de curto prazo. Ademais, a eficácia desses controles aumentou devido à nova combinação de preços-chave (taxas de juros próximas das vigentes nas demais economias emergentes e taxa de câmbio num patamar mais elevado e menos volátil), que não é indutora de operações de arbitragem regulatória.




sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Boletim de Economia nº 21

O artigo de conjuntura, deste número, traça cenários econômicos para o Brasil em 2013. O cenário básico de maior probabilidade tem uma projeção do PIB para 2013 na faixa de 3,2% e incorpora um quadro internacional de relativa estabilidade na zona do euro, recuperação moderada dos EUA e retração suave na economia chinesa. Nesta projeção, o desempenho mediano do investimento é o principal fator que impedirá a economia brasileira de conseguir alcançar um patamar de expansão do PIB mais próximo de 4,0%. O cenário adverso parte da hipótese de que o impasse político na zona do euro se agravará, fato que inibirá soluções definitivas para a crise e, assim, fará aprofundar a recessão e os problemas de financiamento na direção de países mais importantes (Espanha e Itália). As expectativas poderão assim sofrer uma nova onda de pessimismo e a recessão poderá se aprofundar, com impactos negativos nas economias americana e chinesa. Neste contexto, o ritmo de crescimento PIB no Brasil cairia para a faixa de 1,3%.