sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Estudos Fundap 1

O primeiro artigo publicado na série Estudos Fundap trata a questão do descolamento entre a taxa Selic e os gastos com juros da dívida pública do setor público brasileiro. Parte-se da constatação de que até 2010, a Selic caiu em ritmo muito mais rápido do que diminuiu o gasto com juros – em especial, no âmbito da política de combate à crise financeira global. No sentido inverso, assim que aquela taxa voltou a subir para combater pressões inflacionárias, os correspondentes gastos em 2011 cresceram mais rápido.
O objetivo é chamar a atenção, desde os formuladores da política econômica até os formadores de opinião econômica, que não se deve mais esperar que um corte na Selic impacte direta e proporcionalmente no gasto com juros. Esse era um fenômeno do passado da economia brasileira em que a maior parte da dívida mobiliária era indexada àquela taxa e, o principal, a dívida líquida do setor público (DLSP) não era o resultado da diferença entre estoques tão grandes e, ainda mais, com taxas de remuneração e com prazos de vencimento tão díspares. O enorme descompasso entre os estoques ativos e passivos, basicamente do Tesouro Nacional, provocou um descolamento entre a evolução da Selic e o fluxo do custo da dívida pública. Como esse diferencial não foi reduzido, mas sim aumentou ainda mais nos últimos meses (pressionado pelo aumento das reservas internacionais e dos créditos para instituições financeiras oficiais), esse fenômeno deve permanecer e, por conseguinte, desautoriza supor que uma queda mais acelerada da SELIC reduzirá ao mesmo tempo e no mesmo ritmo uma redução dos custos do endividamento público.

Leia a Primeira edição do Estudos Fundap


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